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O Guia quase definitivo de como pontuar corretamente Falas e Pensamentos!

  • Foto do escritor: Luiz Gê
    Luiz Gê
  • 24 de mar.
  • 24 min de leitura

Silvia Adela Kohan, em seu livro “Como escrever diálogos: A arte de desenvolver o diálogo no romance e no conto”, fala que o bom diálogo é uma forma narrativa das mais convincentes, uma estratégia literária que aproxima o leitor dos personagens por ser uma maneira de apresentar suas falas sem intermediário aparente.

 

Dependendo do tipo de discurso escolhido, a formatação adequada do texto se torna importante para garantir a clareza do enunciado. No entanto, apesar de ser um recurso presente na grande maioria das obras de prosa de ficção, muitos escritores amadores acabam tendo dificuldade em pontuar e formatar corretamente seus diálogos.

 

Quando lemos suas obras, encontramos diversas formas erradas de expressar diálogos e discursos diretos, como por exemplo:

 

  • Personagem X: Eu não pude estar aqui quando aconteceu.

  • [Personagem Y] Mas eu te avisei ontem!

  • <Personagem X> É que eu esqueci. Me desculpe.

  • - Não te desculpo. Terá que pagar por isso. - disse Personagem Y.

  • "Como eu posso pagar por isso se não tenho nada em mãos?" Personagem X reclama.

  • Discutiremos sobre isso mais tarde. Termina Personagem Y.

  • (Personagem X) "Está bem.”

 

Neste artigo, compilei as questões mais importantes sobre o tema — incluindo exemplos — então, sem mais enrolação, bora lá!

 

Tópico 1: Sinalização básica

 

Por sinais gráficos entende-se todos os caracteres e partes de caracteres que possuem função sem serem letras, como as pontuações e acentos. Falarei especialmente sobre os sinais que indicam discursos.

 

Em webnovel, e outras modalidades de escrita criativa, discursos são transcrições de frases de personagens, sendo elas as "falas" ou "pensamentos". Seguimos aqui o que se pratica comumente no português-brasileiro e adotado convencionalmente nos sites de webnovel.

O sinal gráfico "Travessão" (—) é utilizado para indicar falas de personagens e é caracterizado por um traço horizontal do tamanho da letra M, também conhecido como m-dash ou em dash no inglês. Ele antecede todas as falas dos personagens na sua história.

 

Já quanto aos pensamentos, no seu texto serão delimitados pelas "Aspas inglesas" (“ ”), caracterizados por 2 pequenas vírgulas justapostas iniciando e finalizando o discurso, ou pelo itálico.

 

Existe uma intensa discussão acerca desses dois sinais (travessão e aspas) entre alguns autores, mas editoras e sites têm opinião unânime. Se você procura ser aprovado — e não demonstrar um posicionamento seu a respeito da escrita criativa — use-os da maneira como foi dito.

 

De qualquer forma, antes de falar sobre suas regras de pontuação do diálogo — que dependem do estilo de pontuação escolhido pelo autor — é válido introduzir algumas definições presentes nestas regras e apresentar também regras que possuem aplicação geral.

 

Verbos dicendi e sentiendi

 

Verbos dicendi são verbos que indicam ou elucidam quem é o falante/locutor de um discurso direto e também podem indicar o modo como o discurso foi vocalizado.

 

— Adiante, a estrada se divide em dois. Siga à direita — explicou o comerciante que encontrei no caminho.

 

Em outras palavras, são os verbos que explicam um ato oral, como dizer, perguntar, responder, retrucar, continuar, finalizar, concordar e exclamar, entre outros.

 

Verbos sentiendi, por sua vez, são aqueles que exprimem emoções, estados de espírito ou reações psicológicas do personagem, como por exemplo balbuciar, berrar, gaguejar, gemer, suspirar ou lamentar.

 

— Quanta regra, Garcia! — enraiveci-me, (dizendo)...

 

Porém fique atento, pois geralmente esses verbos são mais associados a pensamentos!

 

“Será que fiz a escolha certa?”, pensei.

Será que fiz a escolha certa?, pensei.


Tipos de discurso

 

Em função da maneira com que os verbos dicendi e sentiendi são inseridos nas orações, apresentarei a vocês três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre.

 

O Discurso Direto é quando o sujeito falante evoca a situação de fala/pensamento/escrita original e transmite, ou melhor, afirma transmitir, as palavras exatas (ideias) do locutor originário.

 

Os pronomes, tempos e palavras dêiticas (aqui/lá, hoje/ontem, etc.) do discurso original permanecem os mesmos: não foram transpostos.

 

Então Paul olhou para mim e disse: — Eu não quero ir. E tu?

 

No Discurso Indireto, o falante transpõe o enunciado original em suas próprias palavras. O discurso relatado é subordinado a um verbo relator e é introduzido por uma conjunção subordinativa (por exemplo, que, se...) e da preposição para na nossa língua.

 

Os pronomes, tempos e os dêiticos do discurso são deslocados para a situação de enunciação do relato.

 

Então Paul olhou para mim. Ele me disse que não queria ir e me perguntou o que eu queria fazer.

 

O Discurso Indireto Livre é caracterizado pela presença de particularidades do Discurso Direto (perguntas diretas, exclamações, dêiticos, coloquialismos, etc.) relatado na forma do Discurso Indireto, com pronomes e tempos deslocados, mas sem ser sintaticamente dependente de uma oração para o relato — ou seja, sem estar diretamente subordinado a um verbo dicendi ou sentiendi e sem ser coordenado com uma oração previamente reportada.

 

Então Paul olhou para mim: ele não queria ir. E agora?


Quebra de parágrafo

 

Independente do estilo de pontuação escolhido, toda troca de turno conversacional — ou seja, toda alternância de locutor — deve ser marcada pela mudança de parágrafo. É recomendado manter a fala de um mesmo personagem em um só parágrafo, mas exceções podem ser abertas em caso de 1) falas interrompidas por trechos narrativos ou 2) falas muito extensas. No primeiro caso, o parágrafo pode ser quebrado e, depois do trecho narrativo, pode ser retomado com alguma indicação de continuidade como continuou, prosseguiu ou retomou.

O segundo caso será abordado mais para frente neste artigo.

 

Posição dos sujeitos (pronomes pessoais ou substantivos)

 

A posição dos sujeitos (pronomes pessoais ou substantivos) é uma questão de escolha do autor: o pronome pode aparecer antes do verbo, depois do verbo ou pode até ser suprimido, caso o interlocutor já tenha sido apresentado antes.


Escolha de travessão, aspas ou diálogo sem sinalização tipográfica

 

Esta também é uma questão de escolha do autor, porém a tradição tipográfica brasileira propõe o uso do travessão, sistema de diálogo que é definido como padrão nos manuais de redação e guias de estilo da maior parte das maiores editoras do país (isso se aplica, em geral, a todas as línguas latinas).

 

Em O Livro: manual de preparação e revisão, Ildete Oliveira Pinto diz que as aspas ficam restritas a dois casos: para realçar a fala que não segue uma réplica ou para assinalar um discurso direto dentro de outro discurso indireto.

O segundo caso será abordado mais para frente neste artigo.

 

Outra possibilidade é não utilizar sinalização tipográfica alguma para demarcar os diálogos. Nesse caso, estes são introduzidos no meio da prosa sem demarcação alguma ou seguindo os padrões de pontuação de diálogos que utilizam as aspas. Os diálogos inclusos no meio do discurso livre indireto também não são demarcados.

 

Tendo isso em mente, vamos para as regras de pontuação do diálogo! A começar pelo travessão.

  

Usando o travessão para sinalizar o diálogo

 

Antes de continuarmos, é importante saber que travessão não é hífen.

 

Esse é o travessão: —

 

Essa é a meia-risca: –

 

Esse é o hífen: -

 

Viu a diferença no tamanho?

 

Aqui no Brasil utilizamos o caractere chamado travessão (—) para poder substituir parênteses, vírgula, dois-pontos e também indicar discursos diretos como diálogos, além de isolar e destacar termos e frases.

 

O travessão fora de diálogo é utilizado para destacar trechos narrativos e palavras. O motivo pode ser para chamar a atenção ou substituir parênteses, aspas, vírgulas e até dois-pontos.

 

  • Naquela sala escura só se ouvia uma coisa — as batidas do coração.

  • Quando Gary — o safado e sem vergonha — fugiu, Amanda tinha certeza do que iria fazer.

  • Ele não conseguia pensar em mais nada — pelo menos à noite.

 

O uso mais comum do travessão, fora de diálogo, é para destacar apostos, mas há vários usos dele, como nos exemplos acima.

 

Agora, o travessão no diálogo tem tantas funções que podemos até nos perder, mas calma que vou explicar…

 

Como pontuar diálogo seguido de trecho narrativo com verbo dicendi/sentiendi

 

No caso de diálogo seguido de trecho narrativo com verbo dicendi ou sentiendi, o diálogo não deve ser pontuado com ponto final e o trecho narrativo subsequente deve sempre começar com letra minúscula, mesmo quando o diálogo termina com ponto de exclamação, ponto de interrogação ou reticências, pois se entende a parte dialógica e a parte narrativa juntas compõem uma única frase.

 

  • — Não seja tolo. Olhe aquilo — falou o magro apontando para o leste.

  • — Fujam! Eles estão vindo! — gritou o capitão.

  • — Você quer o quê, baixinho? — perguntou a moça do balcão.

  • — Bem — disse Balfour novamente. — Talvez devêssemos ser otimistas.

 

Uma linha de diálogo pode ser interrompida no meio por uma oração contendo um verbo dicendi ou sentiendi. Se entre o primeiro e segundo elemento desta uma fala houver uma vírgula, ela é colocada após o segundo travessão. Em ambos os casos, a oração intercalada contendo o verbo dicendi ou sentiendi não é pontuada.


Como pontuar diálogo seguido de trecho narrativo comum

 

No caso de diálogo seguido de trecho narrativo comum, sem um verbo dicendi ou sentiendi, o diálogo deve ser pontuado (com ponto final, interrogação, exclamação ou reticências) e o trecho narrativo deve ser, necessariamente, iniciado com caixa alta.

  • — Nem mais um passo. — Apontou a linha no chão.

  • — Sempre quis ganhar um desse! — Pulou de alegria, a criança.

  • — E que confusão toda é essa? — Ela gesticulou fracamente em direção à mesa chamuscada e aos destroços do fogo.

  • — Meu Deus — Tapou sua boca sem falar mais nada.

Em alguns desses casos, o trecho narrativo comum pode vir em um novo parágrafo ao invés de vir diretamente depois do diálogo, com uso do travessão.

— Sim, como um ator. Ah Quee estudou-o.

Apesar de você provavelmente já tê-lo visto em alguma webnovel ou light novel traduzida, seu uso não é recomendado.

 

Como pontuar diálogo precedido por trecho narrativo terminado em verbo dicendi/sentiendi

 

No caso de diálogo precedido por trecho narrativo terminado em verbo dicendi ou sentiendi, este trecho deve ser terminado com dois pontos. Se o trecho terminado em verbo dicendi ou sentiendi for um parágrafo não iniciado em diálogo, depois dos dois pontos pode ou não haver uma quebra de parágrafo para introdução do diálogo — tudo depende do estilo do autor.

Finalmente meu pai adentrou e fechou a porta. Meu irmão voltou a seu lugar e juntou as mãos. Ele falou: — Se quer isso, tem que fazer por merecer.
Finalmente meu pai adentrou e fechou a porta. Meu irmão voltou a seu lugar e juntou as mãos. Ele falou: — Se quer isso, tem que fazer por merecer.

Por outro lado, caso o trecho seja uma interpolação do narrador, não há quebra de parágrafo.

— Conversar com você nunca é trabalho — respondeu Löwenthal gentilmente, e em seguida, pela quarta vez, disse: — Mas você precisa entrar logo.

Como pontuar uma fala dividida em múltiplos parágrafos

 

Caso seja necessário dividir uma mesma fala em vários parágrafos, o primeiro parágrafo deve ser iniciado com travessão e todos os parágrafos subsequentes devem começar com abertura de aspas, que só se fecham ao final da fala, isto é, após o último parágrafo.

Para deixar claro, em webnovels, por aspecto textual, não se recomenda fazer falas multiparagrafadas — “tem como fazer de uma forma feia”, afirmam os especialistas no assunto.

 

Como pontuar diálogo dentro de diálogo

 

Para assinalar um discurso direto dentro de outro discurso direto, o segundo diálogo deve ser assinalado com aspas. Nesse caso, caso haja uma oração intercalada com verbo dicendi ou sentiendi, esta oração fica fora das aspas, entre vírgulas ou vírgula e ponto final.

 

Observação

 

As construções com verbos de ligação semântica são prioritárias por nós, escritores. A ideia não é depender de listinha ou gravar nomezinho; é se livrar de qualquer amarra e ver justamente qual tipo de verbo precisa para inter-relacionar ou finalizar o diálogo.


  • — Como é que é? — veio cheio de marra.

  • — Saca só — e saquei, só que não.

  • — Página 65 — abaixou o livro.

  • — Não dá mais... — cambaleou de cansaço.

  • Cheguei perto deles e mandei o papo: — Tão de boa?

  • — Toma essa — socou uma vez —, e essa!

  • — Cai fora daqui! — ouvi de longe.


Sabendo fazer a construção sintática e entendendo da ligação semântica, não tem buraco onde vocês caiam quando for aplicar qualquer verbo de costume de vocês na escrita. Porém se lembre que é circunstancial e deve haver ligação, do contrário, será dois períodos separados.

 

Como saber disso? Oras, todo discurso pode se converter, então basta fazer e você saberá se funciona:


  • O moleque marreou que ia me deitar no soco. (discurso indireto)

  • — Vou é te deitar no soco, tá entendendo, comédia? — marreou o moleque. (discurso direto)

  • O moleque marreou para cima de mim, pronto para me bater. (discurso narrado)

 

Tem jeito não, até em gíria, se o narrador se permitir a falar com elas, encaixa certinho.

 

Usando aspas — e itálico — para sinalizar pensamentos

 

Por causa da internet, hoje em dia vemos duas predominâncias em formações de pensamentos: aspas inglesas ou itálico.

 

●     Eu queria tanto aquilo, lamentou-se.

●     “Eu queria tanto aquilo”, lamentou-se.

 

Essas duas formas se popularizaram há décadas, principalmente porque é a maneira dos ingleses escreverem seus discursos. As aspas são usadas para diálogos e o itálico para os pensamentos, e os brasileiros só pegaram emprestado os usos para os pensamentos.

 

Um está mais certo que outro? Obviamente que não. Se tivessem a opção de novas sinalizações décadas atrás, com certeza veríamos muitas outras execuções para os pensamentos além dessas.

 

Tem regras para usar um ou outro? Seriam as mesmas para o diálogo sem o travessão. No caso das aspas, elas já atuam como travessões: Eu queria tanto aquilo lamentou-se.

 

O uso de aspas pode ser empregado também nos seguintes casos:

 

●     Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares; e

 

●     Indicar uma citação direta como o narrador descrevendo o conteúdo de um bilhete.

 

Enquanto que o uso do itálico também pode ser empregado nos seguintes casos:

 

●     Títulos de publicações (livros, revistas, jornais, periódicos, etc.) ou títulos de congressos, conferências, slogans, lemas sem o uso de aspas (com inicial maiúscula em todas as palavras, exceto nas de ligação); e

 

●     Palavras e expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras não incorporadas ao uso comum na língua portuguesa ou não aportuguesadas.

 

Agora, para indicarem pensamento de personagem, segue-se algumas regrinhas…


Posição das aspas

 

Quando o período é iniciado e terminado em aspas, a pontuação final — seja reticências, ponto final, de exclamação ou de interrogação — é colocada antes do fechamento das aspas.

 

●     “Algo parecido.”

●     Algo parecido.

 

●     “Você me expôs!”

●     Você me expôs!

 

●     “Já tem um próximo encontro previsto?”

●     Já tem um próximo encontro previsto?

 

●     “Se você quiser discutir sua nota com ela…”

●     Se você quiser discutir sua nota com ela

 

Caso o início do período não coincida com a abertura das aspas, então a pontuação final deve vir após o fechamento das aspas, independentemente da pontuação que finaliza o diálogo (reticências, ponto final, de exclamação ou de interrogação).

 

●     Seguiam por uma rua engarrafada, a poucos quarteirões de seu destino, quando ela resolveu se perguntar: “Eu nunca fui ao Entremundos, não é?”.

 

●     Seguiam por uma rua engarrafada, a poucos quarteirões de seu destino, quando ela resolveu se perguntar: Eu nunca fui ao Entremundos, não é?.

 

 

Como pontuar pensamento seguido de trecho narrativo com verbo sentiendi

 

De forma análoga ao que acontece com o diálogo iniciado pelo travessão, o pensamento seguido de trecho narrativo com verbo sentiendi não deve ser pontuado com ponto final e o trecho narrativo subsequente deve sempre começar com uma vírgula do lado de fora do primeiro par de aspas seguida de letra minúscula, mesmo quando o diálogo termina com ponto de exclamação, ponto de interrogação ou reticências.

 

●     “Continue”, pensou Jaques.

●     Continue, pensou Jaques.

 

●     “Mas é o mesmo cheiro de Fabrício!”, ela gritou internamente. “O cheiro que tinha na semana antes de morrer permanece.”

●     Mas é o mesmo cheiro de Fabrício!, ela gritou internamente. O cheiro que tinha na semana antes de morrer permanece.

 

●     “E quem lança isso hoje em dia?”, perguntou Jaques a si mesmo.

●     E quem lança isso hoje em dia?, perguntou Jaques a si mesmo.

 

●     “É…”, foi o que ele conseguiu pensar, seu coração a mil por hora.

●     É, foi o que ele conseguiu pensar, seu coração a mil por hora.

 

Como pontuar pensamento seguido de trecho narrativo comum

 

Ainda de forma análoga ao que acontece com o diálogo iniciado pelo travessão, o pensamento seguido de trecho narrativo comum deve ser pontuado (com ponto final, interrogação, exclamação ou reticências) e o trecho narrativo deve ser, necessariamente, iniciado com caixa alta. Nesse caso, não há vírgula entre o pensamento e o trecho narrativo.

 

●     “Vamos lá, cãozinho, seja obediente.” Ouviu o atacante gritar, mantendo-se firme na dissipação de energia.

●     Vamos lá, cãozinho, seja obediente. Ouviu o atacante gritar, mantendo-se firme na dissipação de energia.

 

●     “Fura fila!” Por um momento, não conseguiu desviar os olhos das serpentes que saíam de sua cabeça.

●     Fura fila! Por um momento, não conseguiu desviar os olhos das serpentes que saíam de sua cabeça.

 

●     “Por que me segue, cachorro?” João encarou o pequeno animal a sua frente, que latiu em resposta.

●     Por que me segue, cachorro? João encarou o pequeno animal a sua frente, que latiu em resposta.

 

●     “Então foi aqui que…” Ela se virou de costas e sua imagem desapareceu.

●     Então foi aqui que Ela se virou de costas e sua imagem desapareceu.

 

 

Como pontuar pensamento precedido por trecho narrativo terminado em verbo sentiendi

 

No caso de pensamento precedido por trecho narrativo terminado em verbo sentiendi, este trecho deve ser terminado com dois pontos. Se o trecho terminado em verbo sentiendi for um parágrafo não iniciado em diálogo, depois dos dois pontos pode ou não haver uma quebra de parágrafo para introdução do pensamento. Caso o trecho seja uma interpolação do narrador, não há quebra de parágrafo.

 

●     Vendo que ele não se manifestaria, ela pensou: “Será que morreram aqui dentro?”

●     Vendo que ele não se manifestaria, ela pensou: Será que morreram aqui dentro?

 

●     “Dar uma saída amanhã à noite?” Em resposta à cara de paisagem daquele que lhe fez a proposta, concluiu: “Melhor não.”

●     Dar uma saída amanhã à noite? Em resposta à cara de paisagem daquele que lhe fez a proposta, concluiu: Melhor não.

 

Como pontuar um pensamento dividido em múltiplos parágrafos

 

Caso seja necessário dividir uma mesma fala em vários parágrafos, todos os parágrafos — inclusive o primeiro — devem começar com abertura de aspas, que só se fecham ao final do último parágrafo do pensamento.

 

Mas novamente repito: em webnovels, por aspecto textual, não se recomenda fazer falas multiparagrafadas — isso vale para pensamentos também.

 

Explicado o básico, que tal agora utilizarmos a nossa criatividade para contornar algumas “regrinhas” da escrita?

 

Devo deixar claro que o que será abordado nos tópicos seguintes não são bem regras, são só "um pouco mais sobre essas coisas”, ok?

 

Tópico 2: O uso criativo de algumas pontuações que já conhecemos

 

Como bem sabemos, a Língua Portuguesa é cheia de pontuações para que a intensidade do que escrevemos ou falamos seja expressa. Temos:

 

. , ? ! : ; — “

 

Mas e se nenhuma dessas pontuações expressa aquilo que você deseja? Bom, aí criamos pontuações, pegamos os caracteres especiais de alguma outra língua ou então combinamos as pontuações que temos na Língua Portuguesa. Vou lhes explicar alguns casos.


Interrogação com exclamação

 

— Quem você pensa que é para dizer o que eu tenho que fazer?!

 

— Como assim você não gosta de pudim?!?!!

 

Dessa forma, quando utilizamos o ponto de interrogação junto ao ponto de exclamação a frase pode ter sentido mais interrogativo ou mais exclamativo. Logo, o sentido vai depender da ordem em que as pontuações foram postas — ?! ou !?.

 

Em uma surpresa questionativa, utilizamos o !? :

 

— O quê!?

 

— Hã!?

 

Em uma questão exclamativa, utilizamos o ?! :

 

— O que você fez agora, Lucas?!


Interrogação e reticências

 

Em uma pergunta alongada, utilizamos o ?... :

 

— Estou perdida. Qual caminho devo seguir?…

 

— Será que ele mora nessa rua mesmo?…

 

— Como vim parar aqui?...

 

Em uma pergunta cortada, utilizamos o …? :

 

— Como voc…?


Interrogação multiplicada

 

Assim como a exclamação (!), o ponto de interrogação pode aparecer multiplicado, geralmente duas ou três vezes. Embora essa repetição não seja prevista na gramática, ela possui a intenção de enfatizar e intensificar o sentimento daquilo que está sendo expresso na pergunta. Por exemplo:

 

— O quê??? — perguntou ela, cheia de espanto.

 

— Então, eu posso?? Já é a quinta vez que peço isso!

 

O polêmico

 

Saindo agora das interrogações, vamos para as reticências. Para quem lê muita Webnovel e/ou Light Novel, acredito que é até comum verem construções como:

 

— …

 

— … Sei.

 

— … Tendi nada…

 

É feio para escritores mais regristas? Sim, mas saibam que é permitido fazer isso.

 

Eu nunca fiz, mas com certeza resume uma narração chata de "Então ele ficou calado.” ou "Eu não tinha o que dizer.”.

 

Veja bem, em novels é importante encurtar caminhos para fácil leitura.

 

… Você ainda não deve estar aceitando isso, né?

 

Bom, em contrapartida você aceita o uso de onomatopeias, correto? Mas os dois possuem o mesmo propósito!

Ao invés de descrevermos o som, nós apenas jogamos uma onomatopeia ali e é isso, certo?

 

Além dessas formas, temos mais dois formatos de diálogos com reticências no começo

 

— ...oão! ACORDA, JOÃO!

 

— ... E foi assim.

 

Em suma, o primeiro é quando o personagem não ouve o que foi falado, enquanto que o segundo é o uso do autor de dizer que a fala de algo que já sabemos — ou não precisamos saber — foi resumida.

 

Há dois casos de censura de algo: uma é a omissão e a outra é a censura de fato.

 

Vamos falar da omissão. Essa primeira é feita normalmente em narradores de terceira pessoa, uma vez que a censura não funciona em muitos dos casos — ou melhor, quebra a própria noção de perspectiva.

 

Ocorrem em situações de resumo, tensão e revelação.

 

Um caso é aquele do protagonista ter feito algumas coisas que o leitor já leu, mas outro personagem lhe perguntou. Nisso, vamos ver um resumo com omissão do discurso.

 

"— Por favor, me conte como fez aquilo.

 

O protagonista sabia que não podia mais esconder seu segredo. Essa era a pessoa que mais confiava nele, de tal forma que seria uma traição que não se perdoaria. Após um longo suspiro, decidiu contar.

 

— ... E foi dessa forma. Espero que entenda porque escondi.”

 

Temos também o caso de tensão/revelação que podem ser a mesma coisa na hora da omissão, mas diferentes no seu resultado.

 

Digamos que estamos prestes a chegar no final do capítulo, onde o vilão decide então trazer à tona uma informação extremamente absurda ao protagonista.

 

"Após tentar de tudo e se sentir cada vez mais fraco, o já caído protagonista agora tentava apenas levantar com seu fôlego irregular. No entanto, um pé o espreme de volta ao chão.

 

— Finalmente no seu lugar... Sabe, sempre imaginei como seria essa vitória. — Ele olhava para baixo com escárnio estampado. — Parece que finalmente posso te contar.

 

— Co-contar...?

 

— É... O que eu fiz naquele dia. Escute com atenção... — Ele se aproximou do ouvido do caído e proferiu.

 

Cada palavra que saiu daquela boca, uma a uma, a sentença fora mortal. Mesmo sem energia, após um embate absoluto até ali, ele sentiu algo queimar dentro de si."

 

Mesmo que o narrador ainda expresse um resultado, a verdade por trás da omissão ainda não é visível ao leitor. E dessa forma que termina o capítulo ou mesmo pode ocorrer no meio, é comum termos dois caminhos. Um onde essa revelação é contada no próximo capítulo ou em um trecho próximo com as exatas palavras do personagem, ou uma onde só sabemos a conclusão pelo personagem e seu entendimento, mas não as verdadeiras palavras do discurso até ali.

 

Então é fácil entender que uma omissão por tensão não tem uma relação em dar respostas, e mesmo que dê, acaba virando uma omissão para revelação.

 

E nessa decisão de dar essa informação ou não, é por pura escolha do narrador.

 

Pode-se dizer que há ainda um terceiro formato

 

— Quanto mais matarmos...

 

— … Mais forte ficamos.

 

A reticências pode iniciar um diálogo quando outro alguém completa a frase de um personagem.

 

Quando a mesma pessoa completa a própria frase, usamos:

 

— Quanto mais matarmos...

 

Com um sorriso no rosto, eu agarrei aquela espada.

 

— Mais forte ficamos.

 

Não há necessidade de reticências se a fala estiver muito próxima uma da outra. No entanto, se tiver a uns 2~5 parágrafos de distância, é bom deixar claro que essa fala é ligada com a anterior do mesmo personagem.

 

Hífen

 

Sabiam que, para gaguejo, é recomendável o uso de hífen?

 

No entanto, em vez de recortada em consoantes que não conseguem produzir um som completo, o gaguejo fica melhor se for em separação silábica:

 

C-claro. / M-morra! (errado)

Cla-claro. / Mo-morra! (certo)

 

Perceba que a letra maiúscula (caso se inicie a frase) só ocorre no começo, nunca na palavra completa.

 

Agora, e se quisermos fazer uma divisão silábica numa frase, qual o jeito correto? Que-ri-do, Que. Ri. Do. ou Que... ri... do?

 

Bom, as duas primeiras funcionam, exceto a última que podemos dizer que parece ter pausas muito maiores, talvez arfando, talvez com dificuldade na fala.

 

A primeira entendemos a velocidade mais rápida, diferente do gaguejo, ela não tenta completar a palavra do começo, mas é uma sequência direta.

 

Já a segunda é mais devagar que a primeira, mas mais rápida que a última, e claro, falando esteticamente, causa um efeito de estranhamento, já que não temos costume de fechar com ponto as separações silábicas. Outros exemplos podem ser:

 

Que~ri~do.  (carinho)

Q-u-e-r-i-d-o. (raiva)

 

Tópico 3: Sinalização criativa 

 

Aqui, verificaremos pontuações, caracteres especiais, disposições gráficas e linguagem de um texto considerado webnovel, mas que também pode ser utilizado na — e somente na — Escrita Criativa.

 

Quanto a pontuações, a webnovel permite a utilizar todas da Língua Portuguesa e também algumas estrangeiras que fazem sentido, como:

 

〜 ♪ ☆ ♡

 

O caractere 〜 (não confundir com o nosso til ~) é utilizado em falas melódicas ou onduladas, por exemplo:

 

— Lalala〜

 

O caractere ☆ é utilizado em gritos alegres ou vozes encenadas, por exemplo:

 

— Iupiiii☆

 

O caractere ♡ é utilizado em fala gemida, podendo combinar com o caractere 〜 , por exemplo:

 

— Ain〜♡

 

O caractere ♪ é utilizado em canto, por exemplo:

 

— Salve o Corinthians♪

 

É bom deixar claro que não existe regra pra isso, nem na língua onde esses caracteres pertencem, a japonesa. Autores estão usando e leitores aceitando. É só isso.

 

Por que o leitor aceita? Porque é fácil entender. Não confunde, não ilude, não ambígua (guardem bem isso).

 

Alguns caracteres especiais, como o colchete [ ], os sinais de menor e maior < > e a barra vertical |, podem ser utilizados em casos específicos, como mensagem de sistema ou texto de placas.

Outro sinal gráfico — que nesse caso não é um caractere, mas que sinaliza graficamente uma função, que vale a pena explicar aqui — é o separador.

Também conhecido como "divisor de texto", o separador tem a simples função de separar o tempo e/ou local do enredo, de um parágrafo a outro. Comumente encontramos autores escrevendo datas, locais, dizeres como "2 horas depois" e "Na casa de XYZ" com a função de separador, ou seja, ocupando 1 parágrafo com apenas esses dizeres. Veja um exemplo:

Em muitas histórias, a data e horário exatos são irrelevantes para a narrativa, a não ser que se saiba de um evento futuro com data e horário marcado e essa própria informação cause uma tensão necessária na narrativa, como é o caso do Volume 2 de A Caixa Vazia e a Zerézima Maria:

Nos demais casos, utilizar um separador e mencionar "No dia seguinte de manhã cedo,..." no parágrafo seguinte já seria o suficiente.

Podem ser feitos separadores com praticamente qualquer caractere. O importante é que não se faça um que ultrapasse o tamanho horizontal da linha, não dividindo o separador em duas linhas devido ao tamanho da tela de leitura. Podem ser feitas também imagens personalizadas no lugar de caracteres, como feito ali em cima logo que comecei a falar de separador.

 

Recomenda-se então o uso de 3 caracteres, com espaços, travessões e outros caracteres auxiliares entre eles, não correndo o risco de quebrar a linha do separador. O separador também deve estar centralizado, assim como títulos.

 

E, claro, não se recomenda o uso de separadores com emojis ou com cores. A cor do separador deve ser adaptável ao padrão visual do próprio site. Se preparar separador com imagem, tenha um que facilite a troca de cores como inversão de preto e branco ou tons de cinza. Se mesmo assim optar por separador colorido, consulte previamente o site quanto a isso. Eles costumam ser abertos quanto a este quesito, desde de que não seja tão discrepante do visual do site ou que eles verifiquem o visual do separador possa atrapalhar a sua obra.

 

Em todo caso, quanto ao separador, é só você inserir os caracteres desejados como parágrafo e alterar o alinhamento para "Centralizado".


Tópico 4: Casos específicos

 

Disposições gráficas de discursos diretos, como falas e pensamentos, deve respeitar as pontuações travessão —, para falas, e aspas “ ”, para pensamentos, podendo ambas serem substituídas pela formatação em itálico do texto, mas não em qualquer caso. Vou lhes dar um exemplo:

 

Imagine que um de seus personagens possui telepatia, a capacidade de se comunicar mentalmente, sem a necessidade de usar palavras ou ações físicas.

 

Ele utiliza sua habilidade para conversar com o protagonista, e você, autor(a), deseja sinalizar que esse diálogo está acontecendo dentro da cabeça do protagonista.

 

Bom, aí vai da sua escolha, mas, veja bem, se você definiu que fala é travessão e que pensamento é aspas, então sobra o itálico para isso — a não ser que você utilize itálico para pensamento, então o que sobra são as aspas.

 

Alô, alô, está me escutando, capitão?

 

Jamais usaremos travessão e aspas juntos para algo específico como isso, por exemplo, a menos que já tenhamos utilizado aspas, travessão e itálico em alguma coisa específica, daí a mistura é bem-vinda.

 

Pronto, definido isso, saibam agora que todo discurso direto pode ser demarcado com qualquer pontuação.

 

Se você quiser, por exemplo, indicar a fala de um alto-falante, ou algo parecido, nas seguintes formas:

 

[ATENÇÃO! PROMOÇÃO IMPERDÍVEL!]

 

>> ATENÇÃO! PROMOÇÃO IMPERDÍVEL! <<

 

Estaria correto, da mesma forma que:

 

— ATENÇÃO! PROMOÇÃO IMPERDÍVEL! — O alto-falante berrava.

 

ATENÇÃO! PROMOÇÃO IMPERDÍVEL!

 

ou

 

ATENÇÃO! PROMOÇÃO IMPERDÍVEL!

 

Tudo correto. Claro, lembre-se de colocá-los na esquerda, deixe o centralizado para sistema mesmo.

 

Outro exemplo interessante de comentar é o caso de você querer representar o diálogo de duas ou mais pessoas conversando na internet.

 

Diálogos por internet podem ser de muitas formas, como por exemplo:

(Ou até mesmo a sua própria, caso crie uma!)

 

Fato importante a considerar é que discursos isolados, ou seja, sem trecho narrativo, também são parágrafos e devem seguir a mesma formatação de um parágrafo comum, inclusive considerando o tamanho. Com trecho narrativo é a mesma coisa.

 

Falas no mesmo parágrafo são do mesmo personagem, e, quando muda de parágrafo são de outro personagem, assim como o pensamento.

 

Para contornar tal recurso, e ter um discurso longo dividido em mais de 1 parágrafo, para pensamento pode ser utilizado o itálico e para falas pode ser intercalado com parágrafo comum.

 

Quanto à linguagem, em webnovel deve ser utilizada o texto em prosa, podendo ser intercalada com poemas, descrições cruas em casos específicos ou trechos de cartas ou diários, como é o caso de “Cheat da Figurante: Tenho que Destruir Todas as Rotas!?”:

De qualquer forma, lembre-se: a prosa deve ser o texto principal e o determinante de estruturas de parágrafos.

 

Tópico 5: Estilos de fontes tipográficas

 

Assim como tudo na escrita criativa, cada estilo de fonte tipográfica imprime um significado diferente e pode facilitar ou complicar sua mensagem.

 

Para escolher certo, é essencial aprender a diferenciar estilos, então segue abaixo algumas características das fontes que tanto usamos no dia a dia e o que cada uma significa.

 

Negrito

 

Usa-se em situações de destaque, por exemplo: poderes (de preferência não usar), mudança de local ou tempo em destaque no texto (recomendável usar um separador e não negrito), profundidade de voz no diálogo — em caso de nervosismo, raiva, ódio, fúria ou loucura — e em palavras que o leitor deve se atentar.

 

O negrito é um ótimo modificador de tom, assim como o itálico (mas é mais difícil encontrar utilidade a ele).

 

— Você me pertence.

 

— Não… ele não fez isso!

 

Sublinhado

 

Mesmo caso para o negrito, exceto que não modifica o tom, mas pode ser útil em situações de texto, mensagens ou discursos por internet.

 

Segue abaixo um exemplo de sublinhado utilizado para destacar palavras que o leitor deve se atentar, na Light Novel japonesa “A Caixa Vazia e a Zerézima Maria”:

 

Riscar palavras

 

Usa-se apenas em casos especiais, como brincadeira do narrador em errar/ocultar uma palavra ou mesmo em conversa de chat. Por exemplo:

 

Censu██

 

Censura ocorre em caso de primeira pessoa, onde sabemos que o narrador (personagem) de fato não conseguiu ouvir aquilo.

 

— O nome dele é ██████.

 

Dá para fazer censura em terceira? Sim, em fala, digamos que numa gravação a parte essencial está corrompida e não dá para ouvir certos trechos. Aí, daria para fazer de formas diferentes, como por exemplo:

 

E eles vieram até nós. E eles fiz... Chzhhtz... e também levaram... Bbsshhz…

 

Em caso de um personagem saindo de um desmaio, sono ou atordoamento:

 

— ...corda! Acorda, vamos!

 

Perceba que a reticências é grudada na palavra no meio, diferente do caso da omissão de resumo de antes.

 

CAIXA ALTA

 

Quando utilizada em toda a frase, é apenas o uso estilístico para aumento de tom completo. Não é o mesmo que engrossar a voz como seria o negrito:

 

— Vem cá, Lucas.

 

Mas um berro:

 

— LUCAS, DESCE AQUI, AGORA!

 

Alterar fonte

É permitido diminuir a fonte para indicar sussurro, mas nenhum site tem suporte para essa função (inclusive o desse artigo😒), apenas na diagramação do pdf. Um exemplo de obra que utiliza o aumento e diminuição de fonte é a "Como Treinar o Seu Dragão".

 

Agora, quando o assunto é trocar de fonte toda vez que um personagem for falar, não falamos sobre permissão, mas sobre conveniência e uso digno.

 

Se fica bom, não tem problema, mas todo personagem utilizar uma fonte única, perde o sentido de fazer isso.

 

Uma obra que utiliza um recurso assim é a "Until Death?", que a novel é uma sequência de outras obras do autor onde há um casal de personagens que reencarnam em todas histórias e seus espíritos são os mesmos, então em uma eles são deuses, outra reencarnados em algum mundo, mas eles não sabem que um e o outro foi seu casal (alma gêmea) em todas histórias, mas o leitor sim, porque cada um dos personagens tem seus diálogos colorido da mesma cor em todas obras do autor, para indicar ao leitor que essencialmente aquelas almas são as mesmas.

 

 

Termino este artigo dizendo que a utilização das pontuações variam de autor para autor — pois dependem do estilo escolhido por ele — que, uma vez definida uma pontuação, ela deverá permanecer assim, a mesma, até o final da obra e que tudo que foi falado aqui não passa da pontinha do iceberg.

 

Conforme a forma como nos comunicamos evolui, a maneira como nos expressamos também, abrindo espaço na escrita para o uso de emojis, kaomojis, imagens, gifs e por aí vai.

 

Por isso, afirmo que este é um guia quase definitivo e que o céu não é o limite, meus caros. Então voem o mais alto que puderem!


 

Agradecimentos:

Rose Kethen

Kamo Kronner

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